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2011, início de uma década inesquecível

A economia nacional celebra seu melhor momento nos últimos anos e projeta estar entre as cinco maiores do planeta em 2020. Quais os desafios e como enfrentá-los?

Por Rafael Gregorio (Publicado na revista Getulio nº 23)
Ilustração por Weberson Santiago

O Brasil vive uma situação inusitada. Acostumado à memória de décadas perdidas e eterna promessa, o país está revertendo o jogo. Este ano deverá ter um crescimento de 7% no Produto Interno Bruto (PIB), o melhor resultado nos últimos 40 anos. A renda per capita aumentou e desta vez o bolo está sendo repartido: mais de 30 milhões de pessoas deixaram a miséria desde 2005, formando a chamada Nova Classe Média, vedete da pujança econômica atual. O desemprego desceu a níveis recordes e, somente neste ano, 3 milhões terão encontrado colocação profissional.

O otimismo é generalizado. Na síntese de Paulo Sérgio Simões Gala, economista e professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV, os próximos dez anos se apresentam com “perspectivas fantásticas”. Para ele, esta pode ser a melhor década de nossa história.

Fruto de um longo processo iniciado em 1994 com o Plano Real e seguido adiante pelas administrações de FHC e Lula, a ascensão brasileira no século XXI alimenta apostas em um país diferente em 2020: moderno, competitivo, com capital humano mais bem preparado e inserido entre as grandes potências.

A questão se torna ainda mais instigante à lembrança dos desafios que nos esperam. Questões como o pré-sal, o endividamento externo e os gargalos de infraestrutura devem habitar a agenda nacional e nortear decisões importantes. Por outro lado, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 pro- metem momentos de catarse.

Diante de tantas variantes, como o país conseguirá manter o ritmo, realizar seu potencial de desenvolvimento e alcançar as ambiciosas metas de ascender da 8a à 5a economia mundial em dez anos?

Por que o Brasil voltou a crescer

Para os especialistas, prever o futuro exige atenção aos motivos que nos trouxeram de volta ao rumo. E nesse ponto impera um consenso de que o maior deles foi a estabilidade da economia. O economista Marcelo Cortes Neri, também professor da FGV, foi na década de 90 o primeiro a demonstrar a diminuição da pobreza operada pelo Plano Real, quando era pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Como a maioria dos analistas, Neri vê uma continuidade nas políticas econômicas dos últimos 16 anos. Para ele, os acertos têm relação direta com o controle da inflação e dos gastos públicos, a geração de empregos e o investment grade, que sintetizou a credibilidade da comunidade internacional e dos mercados.

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março 22, 2011 at 11:48 am Deixe um comentário


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